segunda-feira, 8 de março de 2010

A Almofada RICOXETE, o Caim do Saramago e o Pai Natal

A questão põe-se: o que é que estas três coisas têm a ver umas com as outras? E por incrível que pareça têm imensa coisa a ver. Ora vejamos,

À Saramago...


De cada vez que alguém quer uma Almofada RICOXETE eu próprio as vou levar aos CTT para serem enviadas, certo? Às vezes tenho de estar à espera. E enquanto espero e não espero tenho lido o livro do Saramago "Caim". Está lá na prateleira dos CTT. Eu até já vou na página 74. À borla. :-) O "Memorial do Convento" foi o primeiro que li. Mas só li até meio que aquilo é pesado. Tenho cá a ideia que o José... Saramago, terá experimentado algo do género: e se eu escrevesse assim tudo de fio a pavio? Pois bem, comigo não resultou. Mas depois e já nem me lembro bem porquê deu-me para tentar ler o "Ensaio sobre a lucidez". É pá, granda livro, ele é o maior. E logo a seguir li o "Ensaio sobre a cegueira". Ele é mesmo o maior pensei eu. Não haja duvida. Ainda me espanta o facto de terem feito um filme, que não vi, sobre o "Ensaio sobre a cegueira" e não sobre o "Ensaio sobre a lucidez". Talvez seja do meu feitio mas como tenho uma imaginação fértil não me surpreendeu tanto imaginar que se ficassemos todos ceguinhos isto era uma loucura total. Sempre fiquei com a ideia de que o hospital citado no livro é o da Avenida do Brasil, 53, em Lisboa, salvo erro. O dos malucos. Tás a ver? Não sei porquê mas dá-me cá ideia que ele se inspirou naquele lugar precisamente. Adiante. Agora o "Ensaio sobre a lucidez" isso já me foi mais surpreendente. A sério! E se houvesse eleições e votássemos todos em branco? Todos! Isso é que a minha imaginação já não vai tão longe. Política. Deve ser por isso. Mas o facto é que o José fez esse ensaio e eu achei brilhante. O poder desprovido de poder.Parecem uma galinhas tontas a disparar para todos os lados enquanto que nós continuamos sem que nada se pareça, e friso pareça, passar. É bestial. A maneira simples como ele vê a coisa. E faz-me algum sentido. É um bom ensaio. Gostava de poder falar com ele. Ó como eu gostaría... Isso é que era. Dava o corpinho todo para poder conversar com tal ancião durante uma hora. Não li "A viagem do elefante". Não me apeteceu. Se calhar ainda o vou ler. É pequenito. Lê-se bem. Ainda estive com ele na mão, mas depois de ler as primeiras linhas não me inspirou. Não sei porquê. São coisas. Nesse dia comprei um sobre o Obama. Quis perceber quem ele era. Comprei um livro de um tipo ecenomista português que fala sobre ele. Enfim... um europeu, português a mandar bitaites sobre o primeiro presidente preto dos Estados Unidos da América do Norte. Quem não deu. Até eu. Depois comprei e estou a ler outro sobre a China em África. E apercebi-me que estávamos todos a dormir. Os chineses já lá estão e de lá já ninguém os tira. C'est la vie. Eles são assim. Não se sabem rir nem dançar. Só sabem trabalhar. O que se há-de fazer? A China já acordou e recomenda-se. Adiante... Portugal está mal? Então e os Estados Unidos da América do Norte? 20 por cento da divida externa dos EUA pertencem à China? Nunca mais lhe vão conseguir pagar. Eu quero ver. Vais ser giro vai. Ora portanto fica o "Caim". E de tudo o que ouvi, e ouvi muitas coisas, ficou-me no ouvido um deputado português, pasme-se ou não, que disse sem papas na lingua que não leu nem vai ler e que o tal senhor, o José deveria ser banido da nacionalidade portuguesa. Dever-se-ía ter aberto uma cova naquele preciso momento dali até à China e ele ir para lá dar com os costados e trabalhar o resto da vida dele a cozer botões de camisas mas só nas mangas. Sinceramente. Que tipo mais... mais... mais... sei lá... olha! Palhaço. É isso. Palhaço! Como escreve o Mário Crespo e muito bem no Jornal de Notícias. Tanta polémica. Credo. Um livrito. Um livrito de nada. Uma outra visão da mesma história. Atenção que isto é a minha opinião e vale pelo que vale. Mas à terceira página vi-me a rir na estação dos CTT enquanto ía lendo a falulosa descrição do Éden. Lembras-te das instruções que íam incluídas na Almofada? Ía lá uma história da Maria (já nem sei se hei-de escrever história ou estória. Credo!) Ela tinha oito anos na altura. Agora já tem onze. É a minha filha. Uma pessoa perspicaz e sensível e que de quando em quando escreve umas coisas. E que me disse ainda ontem enquanto carregava cinco ou mais quilos de livros às costas no caminho para a escola (vá lá que ainda não a obrigaram a levar também o Magalhães às costas juntamente com os livros - tá tudo maluco - o Medina é que tem razão mas dizem que não que ele é tolo, valha-me deus), que o Natal é uma chatice pois as pessoas oferecem-lhe coisas que ela não precisa e que às vezes não servem para nada. Ela lá sabe. Mas eu vou oferecer-lhe o livro "Caim" do Saramago. Tem de ser. Ela vai ter de o ler. Eu quero que ela leia. Eu sou o pai. Eu é que sou responsável por parte da educação dela e portanto vou-lho oferecer e ela vai lê-lo. É por ser Natal? Talvez. Não sei. Que maçada... Ora bem. Até aqui fica a relação Almofadas RICOXETE e o livro "Caim" é obvia certo? E o Pai Natal? É pá! O Pai Natal é uma chatice. Eu não me sai da cabeça que foi uma campanha de marketing da Coca-Cola para venderem o dito refrigerante no Inverno, feita no fim do milénio passado. A coisa não só deu resultado como fez com que de repente aparecesse um tipo gordo de tanto se empanturrar de comida a conduzir um trenó puxado por renas e que voa e que entra pelas chaminés a distribuir presentes às crianças. O ano passado estava ele sentado numa cadeira do Centro Comercial do Chiado a fumar um cigarrinho. Peço-te desculpa. Peço mesmo. Não me leves a mal. Eu bem sei que é ofensivo. Bem sei que não havia necessidade. Mas p... que pariu o pai natal e a mãe natal e as renas e as árvores de natal e as bolas de natal e o natal e todas as coias relacionadas com o natal. Eu sei. Eu sei. Não devia pensar assim. Mas repara. Para mim é mesmo de facto natal todos os dias. Se tu me compraste uma ou mais Almofadas por ocasião do Natal não me interpretes mal. Nós agradecemos-te por isso mesmo. As mulheres e homens que estão presos neste preciso momento em que te escrevo este mail e que estarão eventualmente a fazer as Almofadas, fazem-nas durante todo o ano. Se fores lá e lhes perguntares se gostam do Natal imaginas o que te respondem? Pois. Não gostam e sentem-se muito tristes. Pensa bem. Não deve ser fácil. São pais, mães, avós, primas, tios, sobrinhos, estrangeiras e presos. E agora vai lá um tipo gordo vestido de vermelho dizer-lhes que é o pai natal e que lhes leva uns presentinhos que é um cartão de uma operadora com dez euros de chamas grátis e uma agenda e uma caneta. Bolas! Bolas! Bolas! Essas pessoas estão momentaneamente privadas da sua liberdade e como tal têm direitos (isto foi dito pelo Laborinho). Tiveram azar. Foram apanhadas. Tantos que por aí andam a pavonear-se. Bolas! O que é que eu digo aos meus filhos? Que o pai natal existe? Achas? Achas mesmo? Mesmo? Mas mesmo mesmo? Agora já não dá. Já lhes disse a verdade.

Beijinhos e essas coisas,

o normal anormal

1 comentário:

  1. Votar em Branco parece que ainda não foi descoberto pelos eleitores. Talvez seja uma forma de demonstrar que a democracia está deficitária ! Parabéns RICOXETE.
    www.favoritus.net

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