terça-feira, 31 de maio de 2011

Eu sou do milénio passado



Há tempos, e já foi no segundo ou terceiro milénio, digo isto porque não obstante estarmos no milénio dois o facto é que do um aos mil são mil, dos mil aos dois mil são dois mil, e dos dois mil aos três mil são três. Portanto fico sem saber se estou no segundo ou no terceiro milénio. E se parece ser um assunto menos importante, já o ouvi ser discutido por catedráticos na televisão. Mas isto para dizer, e é importante a diferença de mil anos ou não pois de cada vez que parece que estamos muito evoluídos como raça, seres vivos, sociedade, força do universo ou o que lhe queiram chamar, o facto, como escrevia, é que continuam a haver sinais de uma falta de desenvolvimento social e tecnológico a toda a prova. Exemplos por aí não faltam. Os carros de que nós portugueses tanto gostamos e que vêm cheios de tecnologias e mariquices mas o motor de explosão já é uma invenção arcaica do século passado. E ainda mais impressionante, do milénio passado. Aliás, poucos seres humanos se poderão gabar de dizer a frase “nasci no milénio passado”. Adiante…

A semana passado três acontecimentos marcantes (agora até me sinto o professor/comentador). Em primeiro lugar a jovem que foi presa por ter dado um aviamento de pancada a outra jovem. Um arrufo de rua, filmado por um terceiro com um aparelho de comunicação sem fios, tal como nos países do norte de África, e que acaba por colocar nas malhas do sistema judicial uma jovem, que se tiver sorte talvez saia incólume. Em segundo lugar e escrevo o nome dela pois foi tornado público, outra menos jovem e mais afortunada mulher chamada Francisca Costa Santos, magistrada do ministério publico, é apanhada pelos agentes da autoridade numa rua em Cascais em contra mão, com 3,08 de álcool no sangue, e é ilibada no dia a seguir. E o terceiro acontecimento, não tão óbvio de entender como os primeiros mas que também ajuda a reflectir sobre o estado da nação, como “eles” tanto gostam de afirmar, foi o Futre na entrega dos Globos de Ouro ter pedido a palavra, em directo e a cores, para dizer que os portugueses da classe pobre estão a passar dificuldades e que os da classe média para lá caminham apressadamente. A plateia riu-se e aplaudiu.


A linha que separa os políticos dos jornalistas e dos comentadores de futebol é cada vez mais ténue. O discurso é tão parecido que se estivermos a jantar e ouvirmos a notícias levamos algum tempo a descortinar do que é que estão a falar. Aliás, se eu fosse director de um jornal qualquer, faria essa experiência, trocava os jornalistas de desporto pelos de política e seria curioso entender qual o tratamento jornalístico que uns e outros dariam aos assuntos. Acho que até traria resultados muito positivos. Mas adiante, é por isso que eu nunca serei director de nenhum jornal ou órgão de informação. Eu e as minhas ideias completamente disparatadas nunca conseguiriam vingar.

Hoje, dia 31 de Maio de 2011, Portugal está mais democrático e ao mesmo tempo mais pobre. Mais democrático pois é possível agendar eleições “enquanto o diabo esfrega um olho” e por outro lado o espectro da dita geração rasca alarga-se cada vez mais. É conforme os dias, às vezes concordo com o Vicente Jorge Silva que foi o responsável pelo termo tão em voga, outras vezes julgo que ele está errado. Entretanto temo pelo futuro dos meus filhos, tal como os meus pais temiam pelo meu. Tudo na mesma, portanto. A diferença é de facto os canais de informação serem muitos mais. Ainda bem… ou talvez não.

Beijinhos e essas coisas,

quinta-feira, 26 de maio de 2011

O poderoso pecador


Há tempos um dos homens mais poderosos à face da terra, pelo menos é assim que os órgãos de comunicação se referem, presidente do FMI (Fundo Monetário Internacional) viu-se confrontado com a mesma situação que outros homens também poderosos já se viram. Julgo até que um dia destes haverá sem dúvida uma reunião de “homens poderosos que deixaram de o ser por causa do sexo anónimos”. Dizem que ele é uma besta, que violenta as mulheres, que tem taras sexuais. Credo, o que para aí se diz. Bem vistas as coisas, e eu não estava lá para ver, e se estivesse eu cá só me iria rir, ao que parece a empregada da limpeza, resolveu ir limpar a suite do homem com ele lá dentro. Enfim, nós os homens temos em comum imensas coisas, uma delas é o desejo ou fetiche ou vontade, não se sabe bem de onde vem, mas de facto quem não imaginou nunca estar num quarto de hotel e de repente entrar a menina da limpeza e… e… enfim… essas coisas.

Já o Clinton também sucumbiu ao pecado carnal. Coitado. E esse que na altura também era poderoso, deixou logo de o ser. É assim, por mais poderoso que o sejam, os homens têm esta fraqueza. O sexo. Nós, homens, somos assim. Jesus e os seus inúmeros seguidores bem tentaram anular essa tendência natural do homem. Não conseguiram. E já lá vão mais coisa menos coisa, dois mil anos. E com isso fizeram das mulheres umas desgraçadas. Ou por serem seres inferiores, ou por serem todas bruxas, ou por serem enviadas do demo, a nossa cultura ocidental baseada numa crença religiosa estúpida fez com que ao longo dos anos, séculos até, as mulheres tivessem de usar roupas estranhíssimas, tivessem de se sujeitar à iliteracia, à exclusão, e a tudo o que de mais horrível se possa imaginar fazer a um ser humano. Finalmente e ao que parece estamos perante uma extraordinária reviravolta. Isto até parece coisa de Sanção e Golias. Sendo que o grande é o homem e o pequenito a mulher.


Pois foi. Ao que parece está preso. E ao que parece e logo em Nova Iorque, Estados Unidos da América do Norte, logo aí. É aviões a irem contra edifícios, é edifico a cair sem que nada justificasse. É presidentes a caírem que nem tordos. E agora este francês que até se preparava para ser o próximo presidente da França é apanhado a querer violar a senhora da limpeza. Tão poderoso, tão poderoso e afinal o fetiche do homem é senhoras da limpeza de suites de hotéis de luxo. Impressionante. Vá-se lá entender os norte americanos. Ao que parece a justiça funciona. Espera… nos EUA a justiça funciona? Pelos vistos o homem é culpado até prova em contrário. Se tiver azar, ou sorte, e com o histórico daquela superpotência, nunca ninguém há-de saber ao certo o que se terá passado. Ainda hoje não se sabe como foi possível a morte do Kennedy. E agora, e ao que parece, o sistema funcionou e ele vai mesmo dentro. Nem a pagar o deixaram sair. Ainda estou a ver a cara do tipo. Coitado.

No entretanto e eu que gosto de teorias da conspiração e a minha mãe até põe velas a ver se não me acontece nada, ocorre-me que quem foi substituir o desgraçado foi um norte-americano. No fundo, e cá para nós que ninguém nos ouve, eu cá para mim foi uma cabala montada. A democracia funciona lindamente e aos EUA dá imenso jeito. Eu faço ideia o que não vai para aqueles corredores do poder global. Eu se fosse norte-americano também não gostava nada de começar a perder poder, e quer queiramos que não, eles estão a perder e não gostam nada. Mesmo nada.

Mas pronto. Não querem ver não é? São mais felizes assim não é? Um dos homens mais poderosos da terra acaba por ser destronado por causa de sexo? Impressionante! Também já ouvi comentar que se ele não fosse casado, aí era diferente. Ainda mais impressionante!

Beijinhos e essas coisas,

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Meditar ou ir à praia


Há tempos fui à praia. Gosto de ir à praia. Aliás, sempre fui à praia. Eu e a praia somos assim uma espécie de namorados. Temos uma relação sazonal. Julgo que a coisa que mais falta me faz quando não estou em Portugal é a praia. Poderia até contar a história da minha vida só baseada nos momentos vividos na praia. E assim sendo seriam só bons momentos. De facto a praia e a relação que tenho com ela só me faz lembrar bons momentos. Há excepção da vez em que fui mordido por um peixe-aranha e que me deu para perceber o quanto consigo aguentar dor, a praia tem sido uma constante na minha vida. Temos imensa costa e consequentemente muitas praias, o que não é uma verdade universal pois há muitos países com imensa costa que não têm praias.

Lisboa tem muito encanto de facto. Fala-se e até se canta Lisboa de imensas maneiras mas nunca se comenta o facto de ter praias. Bem vistas as coisas é a única capital dos estados que integram a comunidade europeia, seja lá o que isso signifique, que tem praias à discrição. Vinte quilómetros logo do outro lado do rio com condições incríveis. Felizmente já lá vai o tempo em que ir para a Costa era uma aventura e não havia qualquer ordenamento. Agora é diferente. Ainda bem. E os lisboetas vão muito para a praia. A ponte encarnada que o diga. E agora, dadas as especiais circunstâncias e contrariamente ao que alguns apregoam há cada vez mais pessoas nas praias em dias de semana. É curioso. Com tanta crise deveriam era estar em casa a tomar antidepressivos ou à procura de trabalho, mas não, vão para a praia. Ora isto para quem está de fora é no mínimo curioso. E compreende-se, senão vejamos,

A banca rouba, a política está que mete nojo, o desemprego sobe em flecha, diz-se, porque talvez seja verdade que Portugal está na bancarrota e que só lá vamos com dinheiro emprestado. Aparte do que eu penso em relação à situação actual, e tenho uma opinião muito bem formada, o facto é que se um finlandês vier neste momento a Portugal e o levarmos às praias da Costa da Caparica, por exemplo, ele provavelmente vai ficar surpreendido. Mas não é só quando chegar à praia, é logo mal saia do aeroporto, quando observar o parque automóvel, as obras que estão a ser feitas, o sol, a luminosidade. Enfim, ele não vai compreender. Aliás, nem sabemos se alguém de facto compreende. Democracia capitalista é um conceito bizarro em que o resultado nunca pode ser igualdade.


Para se compreender a nossa maneira de estar é preciso ter praias. Muitas praias com sol, areia dourada e um mar que, de norte a sul, contém em si todas as variações do azul. Às vezes a água é fria, mas suporta-se. Há pior. E depois há a linha do horizonte, que está lá, sem se mexer, que por oposição nos define como seres inteligentes que deixaram de andar de gatas para se porem de pé, na vertical. Os chineses têm lá a filosofia deles, os hindus também, os muçulmanos também, e nós temos a nossa. Nós meditamos, os portugueses sabem meditar. Só não lhe chamam é nada. Vão para a praia e pronto. Sabem o que é não fazer nada, que por si só pode ser dificílimo de conseguir pois só nos ensinam e dizem que temos de fazer alguma coisa. Valha-me Deus, há imensos homens e mulheres espirituais que são pagos para não fazerem nada. Ora, ir para a praia significa ir gozar a vida, ter prazer, reflectir, contemplar a vida e esperar. O mundo não pára de girar.

Os finlandeses lá tiveram os seus quinze minutos de fama com esta tentativa vã de não quererem que nos emprestassem dinheiro. Por um lado até nos faziam um favor, por outro, coitados, eles têm é inveja. Vem aí o verão, e com ele mais uma vez tempo para contemplação, reflexão e meditação. Os nossos dirigentes sabem-no bem e jogam as cartadas políticas em função disso. Minimiza-se o poder da praia na vida nacional e é pena. Na praia não há televisão, rádio, informação, publicidade, marketing e a vinte quilómetros de Lisboa consegue-se isso – o paraíso. Têm imenso que aprender connosco, os finlandeses, imenso… coitados.

Beijinhos e essas coisas,

segunda-feira, 9 de maio de 2011

O Festival



Há tempos trabalhei numa empresa que gere direitos de autor sobre músicas. Escuso-me de dizer o nome. Mas o facto é que nesse período conheci um pouco mais de perto os meandros do espectáculo e do que ele envolve e representa. Muita coisa se pode escrever sobre o assunto mas vou-me ficar pelo Festival da Canção. Essa coisa estranha que acontece todos os anos e que envolve os países da europa que curiosamente ou não são cada vez mais. Aquilo nunca mais acaba… e depois as votações. Aquelas carinhas larocas a darem recaditos uns aos outros. Credo!


Nessa altura o meu patrão resolveu concorrer ao Festival da Canção. Foi uma experiência interessante poder acompanhar o desenrolar de um projecto desde raiz. Lembro que a música começou por ser trauteada à mesa do almoço. Depois passou para o maestro que a traduziu para notas musicais. Depois arranjou-se os músicos e um grupo, três raparigas e três rapazes, um deles, o Ricardo Carriço que ainda hoje falamos se nos encontrarmos. É giro. Entretanto a Rosa Lobato escreveu a letra que como ela bem o sabia fazer era sobre frutas e vegetais. Adiante. Alguém lhes confeccionou as roupas e alguém lhes arranjou uma coreografia. Enfim. Perdemos para uma rapariga pequenita e toda frenética que desde essa altura canta pelo mundo fora, fado, claro.


As votações eram dadas por um grupo restrito de pessoas supostamente entendedoras dos meandros dos Festivais da Canção. Sempre fiquei com a sensação que independentemente da outra ter ganho, havia um lobbie que a ajudou a ganhar. Sempre foi assim. Aliás o Festival da Canção é daqueles festivais que não compreendo o porquê da sua existência tal é a falta de qualidade. Mas o facto é que tem catapultado para as luzes da ribalta imensa gente. Deve ser assim uma espécie de teste. Se o passarem, safam-se. E têm-se safado. Por trás de cada concorrente há sempre uma história. Nós cá conhecemos as histórias dos nossos concorrentes mas se soubéssemos a história que está por trás da miúda que concorre pela Alemanha veríamos que há coisas extraordinárias. E boas mesmo. Eu sei pois estava na Alemanha o ano passado por esta altura e acompanhei de perto a sua história. Ela pelos vistos é tão boa que este ano concorre outra vez. Vamos lá ver.



Entretanto os “Homens da Luta” que estavam em penúltimo lugar creio, ganham o primeiro lugar quando os votos são dados pelas pessoas que telefonaram. Isto foi algo extraordinário. É que se pensarmos bem… a sério, se pensarmos bem é inédito. O Festival da Canção é uma espécie de instituição gerida por um grupo de pessoas que nunca na vida iriam eleger aquela banda. Eu faço ideia. Como devem andar. E entretanto “Os homens da luta” lá estão, a falar de Portugal como nunca ninguém que representasse Portugal o fez antes. É bestial. E isto tudo dá-me ideia, representa bem o processo pelo qual estamos a passar. Existe de facto uma nova ferramenta de escrutínio que anda a deixar os "poderes instituídos" atazanados. As comunicações e a internet vieram alterar o status quo de tudo o que temos por garantido. Até a banca. Em Portugal e julgo que na maioria dos países europeus se passa o mesmo, a internet, essa ferramenta extremamente dúbia, vai mostrando lentamente os podres da nossa sociedade. Nada que não se imaginasse mas assim é mais giro.


Se me perguntarem o que eu acho dos “Homens da Luta” eu direi sempre que são como oxigénio para um mar de dióxido de carbono que por aqui anda. Não sei se os alemães vão pensar que são uma espécie de Village People ou um bando de malucos. Não sei mesmo imaginar o que possa passar na cabeça dos júris dos outros países que, não entendendo a língua portuguesa, se limitam a trautear a música e a observar aquele conjunto de pessoas que se apresentam daquela maneira e com aquele discurso e atitude. A sério, imaginem por momentos que são finlandeses. O que pensariam? Ontem começou um programa novo na televisão portuguesa - “Perdidos na Tribo” e a seguir o FMI a e a seguir tróica ou o que isso signifique e a seguir os comentadores de futebol e depois os comentadores políticos e depois os políticos... 


É a loucura dentro da própria loucura como costuma referir um grande amigo meu.

Beijinhos e essas coisas,

segunda-feira, 2 de maio de 2011

O obtuso



Há tempos pensei… espera lá! Mas isto parece que estamos todos obtusos, ou será impressão minha? E mais uma vez tive de ir ver o que significa a palavra obtuso que por exemplo, no filme “Os Condenados de Shawshank” quando o prisioneiro, protagonista no filme, chama obtuso ao director o resultado foram dois meses na solitária. Enfim, ninguém gosta que se lhes aponte as virtudes.

Também pensei no livro do Saramago - “Ensaio sobre a cegueira” e não sei porquê mas a minha cabeça às vezes tem destas associações estranhas, pensei no Ferro Rodrigues. Acabo no Ferro Rodrigues mas podia acabar em outro individuo qualquer. Indivíduos duvidosos mas que supostamente não o deveriam ser. Pessoas públicas que me entram pela casa dentro através da televisão e que ficam à mercê dos raciocínios do meu cérebro. Neste caso concreto só me lembro da extraordinária coincidência que foi esse homem, de repente e ao mesmo tempo que rebentava o caso Casa Pia ter tido duas ou três atitudes sem qualquer sentido para alguém que tem responsabilidades de estado. Enfim… Pano para mangas, como se costuma dizer. Irei deixá-lo descansar por agora. Curiosamente ou não, voltou, e ao que parece a memória dele é de facto curta. Mas a minha não. E há imensas perguntas por responder. Talvez seja uma estratégia… quem sabe? Qualquer dia volta o Pedroso. Não me admirava nada.



À entrada de Auschwitz I lia-se (e ainda hoje se lê) as palavras: "Arbeit macht frei" (o trabalho liberta) Os prisioneiros do campo saíam para trabalhar durante o dia nas construções do campo, com música de marcha tocada por uma orquestra. No 1.º de Maio a CGTP apela para que as pessoas não vão trabalhar. O Louça diz que a Sonai e a Jerónimo Martins não querem saber dos trabalhadores nem do dia da comemoração dos trabalhadores. Por causa da chuva, talvez, dizem eles, estavam 2000 pessoas na manifestação do dia do trabalhador. Nesse dia fui às compras e ao centro comercial. Estava tudo aberto e a funcionar. As meninas das caixas dos Continentes estão a ser substituídas por umas pistolinhas que registam o que compramos. Este ano parece que não vai haver a tradicional abébia de passar a ponte 25 de Abril, ou Salazar, sem pagar no mês de Agosto. A Via Verde e as caixas automáticas não precisam de férias.

É uma questão de tempo mas algo está para acontecer ou já está a acontecer neste momento mas ainda não conseguimos fazer uma leitura objectiva. Dá-me ideia que as pessoas ainda não perceberam o poder que têm de facto. A sociedade é um ser vivo e tem vontade própria. A sociedade está a evoluir para algo que me parece… enfim… não me parece nada. Se o Ferro abraça o Pedroso e o Sócrates abraça o Ferro então não sei mas a culpa não é minha que eu estou aqui quieto, mas um mais um são sempre dois. Talvez eu esteja a ficar obtuso. Talvez eu não queira ver. Pois se eu quisesse ver, de certeza que eu faria alguma coisa. Por outro lado se não faço e o meu coração me diz que de certeza que há algo errado é porque sou cobarde ou tenho algum interesse e é melhor é não fazer nada. Não sei…

Às vezes olho para os meus filhos e admiro como são felizes. A Maria devora livros e o Manuel colecciona cromos. Eu… eu sou parvo.

Beijinhos e essas coisas,