terça-feira, 16 de novembro de 2010

O banqueiro e o bancário


Há tempos fui ao dicionário ver o significado de banqueiro. Tenho tido esta estranha necessidade pois tenho-me confrontado com palavras, termos, estrangeirismos, adaptações e sei lá mais o quê que me fazem ficar desnorteado em relação a palavras ou conceitos que já foram obvios para mim mas que curiosamente, ou não, nestes ultimos anos têm ganho outros significados. Não sei, talvez tenha a ver com a linguagem informática.

Pois bem, banqueiro significa entre outras coisas - “O que faz negócio de banco, o que executa operações bancárias. Proprietário ou director de uma casa de banco particular. Homem rico, capitalista. O que tira as cartas e tem dinheiro para pagar aos parceiros no jogo da banca e em outros”. Depois fui ver o que significa bancário - “Indivíduo empregado em banco de comércio; funcionário de banco”. Também pensei em ir ver o que significava capitalista e empregado e fui, mas não me vou estender por agora. É exaustivo e não é isso que pretendo. Mas é giro voltar à estaca zero.

O porquê desta minha curiosidade tem a ver com o facto de ter perguntado a um empregado bancário se o patrão dele, o banqueiro, me podia emprestar dinheiro para um projecto que pretendo levar àvante. Fui ver o que significa emprestar - “Entregar, dar alguma coisa a alguém para que use dela durante certo tempo, com a obrigação de a restituir ou volte ao seu equivalente, sendo ela dinheiro ou artigo consumível”. Mas claro que um empréstimo bancário significa outra coisa, significa que é feito mediante determinadas condições que eu aceitarei ou não. Ou, neste caso, e depois de dar todos os meus dados e referências sociais e pessoais, o bancário vai perguntar ao banqueiro se eu sou ou não digno de confiança. Se for o caso até tenho de dar o nome de alguém que cubra o valor em questão caso eu não cumpra com o acordo. Enfim... Se chegarmos a acordo eu e o banqueiro iremos formular um contrato. Sendo o bancário o intermediário.

Desta vez irei, se me apetecer, ler todas as letrinhas que o banqueiro obriga o bancário a escrever para que o contrato se efectue. Irei munido de uma enciclopédia digital para conseguir conversar com o bancário pois não estou familiarizado com termos como Activos Tóxicos (instrumentos de investimento baseados nos Subprimes, que se tornaram ilíquidos), ou TAE (Taxa Anual Efectiva), ou TAEG (Taxa Anual Efectiva Global), ou TAN (taxa de juro anual nominal), ou TANB (taxa anual nominal bruta), ou TANL (taxa anual nominal liquida), ou o Spread (taxa cobrada pelos bancos na concessão de empréstimos além do indexante, onde se reflete, o perfil de risco do consumidor. Esta é a margem de lucro das instituições e o nível de risco dos clientes. Quanto maior for o risco do cliente não conseguir pagar o empréstimo ao banco maior será o “spread” aplicado), e por aí fora. Espero não me arrepender de vender a alma ao diabo.

Há tempos o meu irmão pediu-me algum dinheiro emprestado. Creio que foi para um negócio qualquer que ele lá terá feito. Depois devolveu-me o dinheiro. Simples. O meu dinheiro voltou para o cofre e o meu irmão lá fez o negócio. Dormimos os dois lindamente. Já o banqueiro, enfim, e o bancário então... é um desgraçado que para ali anda.

Beijinhos e essas coisas,

1 comentário:

  1. Zé empresta-me aí um milhão de euros, ou dois.
    Pago-te para a semana que vem!

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