segunda-feira, 2 de setembro de 2013

A caminho dos cinquenta


Há tempos, pensei que tinha de ir ao médico. Comecei a sentir-me mal e sem saber bem porquê comecei a isolar-me. Tem sido um processo lento e curioso este de me reservar cada vez mais. E nem sei bem porquê mas claro, como tenho um cérebro e ele ao que parece tem vida própria e eu não o consigo controlar, põe-se para ali a pensar coisas extraordinárias que me deixam ora cheio de felicidade ora cheio de tristeza. É uma verdadeira montanha russa de emoções esta minha existência neste corpo que me calhou em sorte. Lá tinha que ser sensível e emotivo e relativamente bem estruturado para que não fosse um problema de falta de sexo, não! Sempre tive relações e já conheci muitas mulheres, umas baixas outras magras, umas gordas, outras assim-assim, outras que me fazem acreditar que existe de facto um poder superior, mas no fundo, mulheres. Nesse aspeto tem sido um prazer conhecer tantas e tão diferentes mulheres, não por opção consciente mas porque o meu poder sobre o que me rodeia é relativo e por conseguinte por mais que eu tivesse um sonho ainda não se realizou e portanto no entretanto há que tirar partido da experiência e viver com ela tentando pelo menos não cometer os mesmos erros. Já não é mau. No computo geral sou um homem feliz.

Mas a minha ida ao médico, ou eventual sentimento de necessidade de saber se tudo está bem comigo tem a ver com outra questão que não o sexo pois estou convicto que tem sido sem sombra de dúvidas uma arma de arremesso que ao longo da história da humanidade tem mostrado a sua importância. Impérios ruíram por causa dele e doutrinas nasceram contra ele. Não obstante existir desde que há gente e ser praticado todos os dias em todo o planeta, continua a ser causa de ostracismo, ferramenta política, violência brutal, desvios sexuais e por aí fora, e no entanto há quem sinta que por qualquer razão inexplicável o sexo e o amor se cruzam algures. Inconscientemente não damos por ela mas dentro de nós existe uma energia extraordinária não palpável nem mesurável que nos impele a andar para a frente, a fazer o inimaginável que é eventualmente a descoberta de uma nova sociedade, uma nova estrutura social, digamos, em que o que foi recentemente já não é e o que se sente que aí vem é no mínimo aliciante.


Assim de repente não me ocorre mas ao que parece o Napoleão era pequenito, sexualmente mal “apetrechado”, já o Hitler tinha lá qualquer relação com o sexo que não se entende, muitos outros sabemos que por esta ou aquela razão são demitidos das suas funções por motivos de escândalos sexuais. O Papa não é contra os gays, seja lá o que isso possa significar, é sim contra o lobbie gay, lia-se nas notícias, o que no meu entender vai dar no mesmo mas adiante. O rapazito que enviou os documentos secretos diz que afinal é uma mulher e os Estados Unidos andam a discutir se pode ou não ser operado para mudança de sexo, talvez dessa forma possa ser absolvido na medida em que deixa de ser ele o condenado mas a nova Joyce, ou lá o que é, o que bem vistas as coisas nada tem que ver com o assunto. O outro, o que recebeu os documentos é acusado de tentativa de violação de duas mulheres na Suécia e está retido numa embaixada há anos não tarda senão vai preso não por causa do Wikilix mas por motivos sexuais. Já o outro, também norte-americano, retido na Rússia tem um companheiro, seja lá a importância que isso possa ter para o caso, que esse sim é extremamente grave. Já para não falar do nosso jovem português que tentou tirar o órgão sexual do outro num quarto de hotel em Nova Iorque, com um saca-rolhas, o que seria suficiente para a defesa alegar completa insanidade na medida em que não é de todo a melhor ferramenta para subtrair o órgão masculino. Devia haver uma faca ou coisa do género, só um tipo fora do seu perfeito juízo faria uma coisa daquelas e agora também deve ter mudado de preferência sexual na medida em que pelo que se vê na TV e não é pouco, ao que parece, nas prisões norte-americanas um rapazito assim giro… enfim. E o Carlos Cruz e seus comparsas foram a passo e devagar e com calma para a prisão por causa de gostarem de sexo com miúdos. Valha-nos Deus, Cristo, os apóstolos, as santas todas, e os santos, porquê tantos desvios? Ou não serão desvios? Seremos nós que somos mesmo assim? Teimamos em não ser livres resultando talvez por isso mesmo, comportamentos estranhos à maioria e que não são feitos com amor.

Uma coisa é certa, esta sociedade que está em profunda transformação não declina de continuar a não ensinar às pessoas para que é que serve de facto o sexo. E a prova disso é a religião que, salvo raras exceções, trata o sexo como como um pecado. Não há duvida. E a sociedade por mais que avance não sabe o que fazer a tanta energia gerada por causa do sexo que se aliado ao amor é simplesmente brutal. Talvez não vá ao médico por causa de um dilema destes, provavelmente sairia de lá com uma consulta para o psicólogo. Vou dar tempo a este corpo para se ir habituando paulatinamente a entrar nos cinquenta com saúde e se o cérebro quiser pensar estas coisas todas é lá com ele. No fundo ele é o reflexo do mundo em que vive e coitado são mentiras todos os dias. Já não se aguenta.

Beijinhos.


2 comentários:

  1. Se os chineses te descobrem ligam-te logo à rede electrica nacional!

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Tás a ver porque é que eu te escolhi para amigo? Porque tu entendes as letras pequeninas. Aquelas que ninguém consegue ler. É por isso. Beijinhos às meninas.

      Eliminar