Há tempos, pensei que tinha
de ir ao médico. Comecei a sentir-me mal e sem saber bem porquê comecei a
isolar-me. Tem sido um processo lento e curioso este de me reservar cada vez
mais. E nem sei bem porquê mas claro, como tenho um cérebro e ele ao que parece
tem vida própria e eu não o consigo controlar, põe-se para ali a pensar coisas
extraordinárias que me deixam ora cheio de felicidade ora cheio de tristeza. É
uma verdadeira montanha russa de emoções esta minha existência neste corpo que
me calhou em sorte. Lá tinha que ser sensível e emotivo e relativamente bem
estruturado para que não fosse um problema de falta de sexo, não! Sempre tive
relações e já conheci muitas mulheres, umas baixas outras magras, umas gordas,
outras assim-assim, outras que me fazem acreditar que existe de facto um poder
superior, mas no fundo, mulheres. Nesse aspeto tem sido um prazer conhecer
tantas e tão diferentes mulheres, não por opção consciente mas porque o meu
poder sobre o que me rodeia é relativo e por conseguinte por mais que eu
tivesse um sonho ainda não se realizou e portanto no entretanto há que tirar
partido da experiência e viver com ela tentando pelo menos não cometer os
mesmos erros. Já não é mau. No computo geral sou um homem feliz.
Mas a minha ida ao médico, ou
eventual sentimento de necessidade de saber se tudo está bem comigo tem a ver
com outra questão que não o sexo pois estou convicto que tem sido sem sombra de
dúvidas uma arma de arremesso que ao longo da história da humanidade tem
mostrado a sua importância. Impérios ruíram por causa dele e doutrinas nasceram
contra ele. Não obstante existir desde que há gente e ser praticado todos os
dias em todo o planeta, continua a ser causa de ostracismo, ferramenta
política, violência brutal, desvios sexuais e por aí fora, e no entanto há quem
sinta que por qualquer razão inexplicável o sexo e o amor se cruzam algures.
Inconscientemente não damos por ela mas dentro de nós existe uma energia
extraordinária não palpável nem mesurável que nos impele a andar para a frente,
a fazer o inimaginável que é eventualmente a descoberta de uma nova sociedade,
uma nova estrutura social, digamos, em que o que foi recentemente já não é e o
que se sente que aí vem é no mínimo aliciante.
Assim de repente não me
ocorre mas ao que parece o Napoleão era pequenito, sexualmente mal
“apetrechado”, já o Hitler tinha lá qualquer relação com o sexo que não se entende, muitos
outros sabemos que por esta ou aquela razão são demitidos das suas funções por
motivos de escândalos sexuais. O Papa não é contra os gays, seja lá o que isso
possa significar, é sim contra o lobbie gay, lia-se nas notícias, o que no meu
entender vai dar no mesmo mas adiante. O rapazito que enviou os documentos
secretos diz que afinal é uma mulher e os Estados Unidos andam a discutir se pode
ou não ser operado para mudança de sexo, talvez dessa forma possa ser absolvido
na medida em que deixa de ser ele o condenado mas a nova Joyce, ou lá o que é, o que bem vistas as coisas nada tem que ver com o assunto. O
outro, o que recebeu os documentos é acusado de tentativa de violação de duas
mulheres na Suécia e está retido numa embaixada há anos não tarda senão vai
preso não por causa do Wikilix mas por motivos sexuais. Já o outro, também
norte-americano, retido na Rússia tem um companheiro, seja lá a importância que
isso possa ter para o caso, que esse sim é extremamente grave. Já para não
falar do nosso jovem português que tentou tirar o órgão sexual do outro num
quarto de hotel em Nova Iorque, com um saca-rolhas, o que seria suficiente para
a defesa alegar completa insanidade na medida em que não é de todo a melhor
ferramenta para subtrair o órgão masculino. Devia haver uma faca ou coisa do
género, só um tipo fora do seu perfeito juízo faria uma coisa daquelas e agora também
deve ter mudado de preferência sexual na medida em que pelo que se vê na TV e
não é pouco, ao que parece, nas prisões norte-americanas um rapazito assim
giro… enfim. E o Carlos Cruz e seus comparsas foram a passo e devagar e com
calma para a prisão por causa de gostarem de sexo com miúdos. Valha-nos Deus,
Cristo, os apóstolos, as santas todas, e os santos, porquê tantos desvios? Ou
não serão desvios? Seremos nós que somos mesmo assim? Teimamos em não ser
livres resultando talvez por isso mesmo, comportamentos estranhos à maioria e
que não são feitos com amor.
Uma coisa é certa, esta
sociedade que está em profunda transformação não declina de continuar a não
ensinar às pessoas para que é que serve de facto o sexo. E a prova disso é a
religião que, salvo raras exceções, trata o sexo como como um pecado. Não há
duvida. E a sociedade por mais que avance não sabe o que fazer a tanta energia
gerada por causa do sexo que se aliado ao amor é simplesmente brutal. Talvez
não vá ao médico por causa de um dilema destes, provavelmente sairia de lá com
uma consulta para o psicólogo. Vou dar tempo a este corpo para se ir habituando
paulatinamente a entrar nos cinquenta com saúde e se o cérebro quiser pensar
estas coisas todas é lá com ele. No fundo ele é o reflexo do mundo em que vive
e coitado são mentiras todos os dias. Já não se aguenta.
Beijinhos.
Se os chineses te descobrem ligam-te logo à rede electrica nacional!
ResponderEliminarTás a ver porque é que eu te escolhi para amigo? Porque tu entendes as letras pequeninas. Aquelas que ninguém consegue ler. É por isso. Beijinhos às meninas.
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