Há tempos pensei - “Lá estou eu com este meu feitio”. De facto algumas pessoas que me conhecem mais de perto talvez me achem sarcástico, ou arrogante. Que tenho a mania que sei tudo. E de facto, às vezes até podem ter razão. E se por vezes eu próprio começo a pensar que talvez tenham razão, são os meus filhos que me fazem ver quanto errado essas pessoas estão. Na realidade eu não sei nada. Ando para aqui a vida toda a constatar que umas vezes acerto nas minhas teorias conspirativas e outras não. Como vou tendo a mania de tentar acertar o maior número de vezes, quando sinto que posso não acertar calo-me. Assim nunca erro. E ser sarcástico e essas coisas? São máscaras para me tentar defender. Só isso.
Mais uma vez exerci o meu direito de votar. Votei com consciência num partido que ao fazer as minhas contas de cabeça achei que seria o voto mais útil possível. Acertei em cheio. Estou satisfeito. Mais uma vez, e nós (portugueses) somos peritos nessa matéria, passámos a linha ténue que divide a esquerda da direita e voltámos a optar pela direita, contra a esquerda. E andamos nisto desde 74 do século passado. Talvez seja por sermos uma democracia jovem (que estupidez). Tem havido um objectivo muito claro em querermos ter as coisas como elas estão. Há que assumir isso sem receio e não continuarmos todos a dizer que a culpa é dos outros. Estamos todos no mesmo barco e passados trinta anos de experiências à esquerda e à direita já não há novidades. A mim o que me continua a surpreender… ou já não, é olhar para o boletim dos votos e estar lá escarrapachado um “partido amigo dos animais” por exemplo, pois não me lembro bem dos outros. E isso é sinónimo de que a democracia está a ser manipulada e usada para servir interesses que não precisariam de um partido para levarem avante os seus objectivos e causas nobres.
Por outro lado temos esta “nova” profissão que as televisões vão promovendo e que é o comentador. Não sei se vos parece o mesmo, talvez seja da minha maneira de ser, mas ser comentador de política ou de futebol é tão parecido que por vezes já nem sei o que é que estão a comentar. Enfim, num país tão pequenino como o nosso, com uma história milenar como a nossa, é curioso apercebermo-nos da nossa fragilidade enquanto jovem democracia, seja lá o que isso signifique. Também não deixa de ser curioso ver políticos de carreira, com provas dadas nestes últimos trinta anos, afirmarem que a classe política tem que mudar. Então? Mas esperem lá. Ou sou eu que estou a ver mal a coisa ou foram “eles” que nos fizeram chegar a este estado. E agora vêm com este discurso de “mea culpa” em cima dos outros? Então? Mas então? Não me interpretem mal mas pessoalmente não dou crédito nenhum aos políticos comentadores que diariamente aparecem na TV. São os próprios a fulminarem os pés. E o povo? Enfim… “A luta é alegria” é uma piada, só pode. A seguir foi o Futre. Não indo ao Festival da Canção, parece que vai fazer novelas.
A minha tentativa de fazer uma leitura consciente e responsável do que vou vendo, lendo e ouvindo, prende-se exclusivamente com o facto de ter dois filhos menores, pois se não fosse por eles, talvez já tivesse ido para outro lugar… ou não, que eu adoro “trincar-lhes os calcanhares”. Um dia até irei escrever coisas que eu sei, pormenores sem importância. Mas não é agora. É quando os meus filhos forem mais crescidos. E é assim que “eles” vão continuando a fazer o que bem entendem. Através do receio que sinto pelos meus filhos e pelas eventuais retaliações que possam sofrer por causa do pai ser como é. “Estás parvo” dirão uns, “Estou, estou. Mas por via das duvidas...” direi eu.
Isto é um país democrático porque tem eleições livres? Podemos enganar Jesus que ele não se importa, mas agora o Pai d’Ele é que já é diferente.
Beijinhos e essas coisas,
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