quinta-feira, 24 de junho de 2010

Fui à Alemanha, outra vez


Olá,

Há uns tempos o meu amigo Udo Fiedler (Estugarda) convidou-me para ir ter com ele à Alemanha, outra vez. A ultima vez que lá estive foi há seis anos. Dessa vez estive mais tempo. Mas desta vez foi muito melhor. Ele é um bom amigo.

Os alemães estão mais baixos. É um facto. A primeira vez que fui à Alemanha tinha 18 anos. A europa era diferente. Portugal e a Alemanha eram diferentes. De lá para cá são tantas as transformações que nem parece o mesmo país. Se da primeira vez que lá fui só havia alemães e eram ocidentais, agora não há alemães ocidentais pois também não há os orientais. Ou seja o muro de Berlim desapareceu fisicamente. E com o tempo talvez desapareça em consciencia mas para já ainda se sente algo estranho. Depois, e com a comunidade europeia, mais parece um sonho pensar nas diferenças entre o antes e o depois. Curiosamente, Berlim é hoje a segunda cidade do mundo com mais turcos a seguir à capital da Turquia, Istambul. De resto os turcos, ou muito me engano ou vão substiuir os alemães.

É só mais duas gerações e já está.

Ora como eu referi no parágrafo anterior o facto dos alemães estarem mais baixos não se deve ao facto de eles estarem a mirrar mas sim a facto dos turcos se reproduzirem na alemanha mais rapidamente que os próprios alemães. Curiosamente desta vez não me senti tão baixo como da primeira vez que visitei a Alemanha. Se andar caladinho até sou bem capaz de passar por turco. Se alguma diferença possa existir e que me distinga dos turcos é o facto de eu me rir sem qualquer problema na via pública. Eles não têm muita vontade de se rir.

A enorme Alemanha fabrica carros. Várias marcas, boas e fiáveis. Fabrica submarinos e aviões. Fabrica escavadoras de tuneis que não servirão para mais nada depois de terminados os tuneis e que custam tanto que eu nem me atrevo a mencioná-lo. A Alemanha elege presidentes que se demitem por acharem que não vale a pena ocupar o cargo pois não se justifica, tal é a falta de poder que a figura do presidente tem. No entanto a Alemanha é o musculo da europa. Sem ela, nós, europeus, estaríamos literalmente tramados.

Os alemães têm um pseudo-trauma profundo. O Hitler. Eles não falam disso. Aliás ninguém fala com os alemães sobre essa matéria. Eu falo e é giro ver as caras deles. E eles nem tão pouco se atrevem a sugerir qualquer abordagem que não seja da “mea culpa, mea culpa”. Mas dentro das casas dos alemães profundos existem alusões ao nacionalismo e ao orgulho alemão. Têm mais do que razões para estarem orgulhosos de serem alemães. Os alemães são assim uma espécie de doberman amordaçado. Uma besta de força a quem é constantemente lembrado o que eles fizeram e do que foram capazes de fazer.

Não sei se a Alemanha acordará um dia, tal como a China, o que eu sinto é que eles são tristes pois não podem ser verdadeiramente livres. Os judeus mantéem-nos de rédea curta. Curiosamente na antiga alemanha oriental há poucos turcos. Eles lá não se sentem muito à vontade. É diferente. Não sei explicar. Eu fui lá. E também não me senti muito confortável. Lá são mais altos. Se na Alemanha se vê poucos pretos, lá para cima, para a tal antiga alemanha, é que não se vê nenhum.

Portugal é um ótimo país para se viver. E contrariamente ao que alguns querem fazer crer vive-se muito bem em Portugal. A inveja... essa malvada é que estraga tudo.

Beijinhos e essas coisas,

1 comentário:

  1. Gostei muito de ler, ainda não voltei À Alemanha...mas gostava de voltar, pois as diferenças só se sentem quando se está lá no antes, eu estive, e no depois

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