Há tempos, pensei em escrever uma carta à ministra da justiça. Algo me diz que pelo facto de ser mulher talvez esteja mais sensibilizada para a minha questão, não sei, vamos ver. O facto é que na minha vasta experiência profissional nas mais diversas áreas, tive uma da qual agradeço ao António as excelentes condições em que trabalhei com total liberdade e cheia de novas experiencias. Refiro-me à Condução Defensiva (conceito ainda muito descurado, e que como a educação sexual deveria ser assunto corrente, corriqueiro e obrigatório nas escolas de todo o país) que me deu uma certeza absoluta – as pessoas são todas potenciais criminosas quando sentadas ao volante de um veículo motorizado.
A juíza que foi apanhada em contra mão com vestígios de sangue na corrente alcoólica para os lados de Cascais e que nem uma multa levou irritou-me sobejamente. Incomoda. Sendo o caso mediático, pois soube-o através dos órgãos de comunicação social. Não há qualquer justificação para que a pessoa em questão não fosse devidamente punida como o são milhares de outras pelo país fora. E são estes exemplos que vão ocorrendo diariamente que me fazem pensar que um mais um não são necessariamente dois. O que andam a ensinar aos meus filhos na escola não serve para absolutamente nada que não seja formatá-los de modo a que fiquem embrutecidos e não reajam às injustiças que se vão verificando.
Dirijo-me portanto à sra ministra para a informar do seguinte – da próxima vez que um agente da autoridade, munido das ferramentas que o permitem atuar em conformidade, me mandar parar a viatura porque vou a falar ao telemóvel, ou porque não levo o cinto de segurança, irei acusá-lo de prepotência, de abuso da autoridade, e não pagarei qualquer coima, “usufruindo” das consequências devidas, que diga-se de passagem são sempre dúbias e de acordo com a cabeça que regista o auto. É impressionante que se comercializem viaturas que conseguem mover-se a 300 km/hora, com gps incorporado, com rádio, televisão, vidros fumados e cheia de tecnologias tais que as pessoas que as conduzem nem fazem a mínima ideia para que é que servem, quando o limite máximo é 120 km/hora. Quero ser tratado como outro português qualquer. Ou outro português da lista de portugueses que têm uma lei excepcional que lhes permite fazer coisas que não se podem fazer.
É portanto nesta altura que, no perfeito estado das minhas funções físicas e mentais, reitero a minha decisão. Acima de tudo por causa dos meus filhos, a quem tento transmitir valores humanos e coerentes. Não admitirei ser incomodado por uma justiça que de cega nada tem e que serve interesses tão dúbios e maléficos. A sra ministra não me conhece, mas eu conheço-a a si. A sra não faz a mínima ideia de quem eu sou mas eu sei muito bem quem a sra é. E dirijo-me a si diretamente pois como ser humano você pode ser excepcional, mas como ministra da justiça, ou se despacha ou não tarda muito é mais uma que está para aí a respirar oxigénio sem pagar. Estarei atento. Diga-me, como pessoa, mulher, mãe, que explicação daria aos meus filhos se eles lhe perguntassem o mesmo que a mim – “Porque é que a juíza não foi presa?” – referindo-se à juíza que ia completamente bêbada em contra mão e nada lhe aconteceu?
Olhe que estou quase para me embebedar e ir passear de carro para Cascais a ver se a mim também me vão tratar da mesma maneira que à sua colega. Aliás! Por que carga de água é que aceitou ser ministra da justiça se, espero eu, sabe que não funciona. É fé? Estou muito irritado. Desculpe lá mas tenho alguma razão, alguma devo ter. No entanto asseguro-lhe o seguinte, se sentir que algo de diferente, leia-se honesto, se está a passar decorrente da sua política, não hesitarei nunca em ficar do seu lado e apoia-la incondicionalmente. Mas olhe que prenderem e levarem para a cadeia, um cidadão e no dia a seguir libertarem-no porque se enganaram. Não sei. Mas é de uma falta de… de… de… Valha-me nossa senhora!
Beijinhos,
Raios me partam!!
ResponderEliminarEntão 1 mais 1 não são dois!!!
Que gaita e agora? E agora?
1 mais 1 é o quê?
Chatice, estava já para mudar para a tabuada do dois e agora nem 1 mais 1 faz sentido!
Chatice!