quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

O bolo de chocolate


Há tempos estive, vai não vai, para escrever algo sobre a morte “anunciada” do Carlos Castro, esse ícone de uma certa cultura portuguesa. E até escrevi. Claro que satirizei um pouco pois na minha perspectiva quem anda à chuva molha-se e o Carlos fartou-se de andar à chuva. Antes de publicar o texto mostrei-o à pessoa que mais me tem ajudado a compreender o mundo na medida em que me ouve e diz-me coisas que só a ela o admito – a minha mãe. “Com tantos assuntos que tens para escrever, vais escrever sobre isso?”. E pronto, foi o suficiente para não ter escrito nada durante algumas semanas. É assim. De facto quem sou eu para opinar sobre o Carlos Castro. Adiante... já morreu.

Entretanto dá-se uma revolução, ou lá o que seja, no Egipto. Assim do pé para a mão. Uma novidade inqualificável mas que há falta de melhor chamamos revolução. A mim aquilo não me pareceu uma revolução pois as revoluções metem imenso sangue e mortes horriveis e essas coisas próprias das revoluções. Tem de ser. É o fim de algo e o começo de outro algo. São forças antagónicas que se degladiam. É como no universo. Algo ocupa o espaço de algo e raramente existe uma união das duas. Mas enfim, espero estar cá para observar o que se irá passar no Egipto. Sou um curioso destas “revoluções”. Vou recebendo inumera informação pelos órgãos de comunicação, muitos comentários, imensas tentativas de adivinhar o que se irá passar, extraordinárias previsões de pessoas com ar entendido no assunto e eu pasme-se, observo no meu sofá em directo e a cores o desenrolar no que se vai passando no mundo. Bestial.

O mundo mudou. Melhor... não mudou, o que está a mudar é a realidade que eu tenho do mundo. Hoje vejo-o a alterar-se ao vivo e a cores. Diariamente. Já não sei o que fazer. Penso no que posso eu fazer para me sentir parte da mudança a que estou a assistir. Informo-me, leio, converso, partilho, sei lá. Estou à espera, creio. À espera de não me sentir só no que quer que possa vir a fazer. Sinto que tenho de fazer algo. Penso imenso nos meus filhos e no que lhes quero dar. Esta coisa da democracia é um pau de dois bicos, se por um lado dá para sermos livres, por outro serve de argumentação para que nos mantenhamos assim numa espécie de letargia estúpida em que somos constantemente violentados e nada fazermos para que não o sejamos.

A Internet e o telemóvel são para mim a verdadeira revolução pois veio deixar em aberto a possibilidade de sermos realmente livres. Livres na mente. Livres para acreditarmos ou não. Passámos mais coisa menos coisa a ser todos jornalistas. Temos mesmo esse poder. Os orgãos de informação são mais do que nunca uma mera ferramenta de propaganda para o bem ou para o mal. Mas mesmo assim e com a verdade escarrapachada nas ventas ficamos à espera. É impressionante o ser humano, e extraordinária a capacidade para desenvolver anti-corpos. Há tempos a comunidade cientifica chegou à conclusão que descendemos de um vírus. Como se isso fosse alguma novidade. Vista do espaço a terra é azul. Não se consegue distinguir nem um único ser vivo. E é precisamente isso que nós somos. Um nada do todo. Ou então na melhor das hipoteses um monte de carne e ossos a transportar um cérebro que tem evoluído pouquissimo. Nós é que achamos que não. É curioso se pensarmos bem.

Cheira bem! Deve ser bolo do chocolate no forno. Vou comer uma fatia e beber um chá.

Beijinhos e essas coisas,

1 comentário:

  1. Gosto de bolo de chocolate! E com um chá quentinho melhor ainda!
    Viva a revolução do bolo de chocolate!
    Sempre era mais interessante que revolução dos cravos...

    http://www.leitecomgaz.blogspot.com/

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