Há uns tempos e inesperadamente resolvi ceder à minha teimosia e fui “ver” o Papa. Afinal não é todos os dias que ele vem a Lisboa. Sim eu sei. Fartei-me de falar “mal” do homem e mais isto e mais aquilo. Mas o que hei-de eu fazer? Vacilo. É o Papa.
Enfim, por uma extraordinária coincidência ou não, a minha filha teve tolerância de ponto ao abrigo de um decreto do governo por ocasião da vinda do Papa ao nosso espectacular país. Esta coisa da minha filha ter tolerância por esta razão deixa-me desconfortável. Às vezes parece que a religião já não é o que era mas de repente compreendo que continua a ter o mesmissimo peso que eu julgava que já não tem. O governo inteiro pára. Militares e tudo. Pára tudo. Curioso.
Fui, portanto, buscá-la à escola era mais ou menos 11h30. Enquanto esperava por ela cá fora pois eu não posso entrar na escola, folheei o jornal gratuito “Metro”. Falava sobre a vinda do Papa, claro e sobre outros assuntos, o futebol, alguma política nacional e internacional e pasme-se, que eu fico pasmado quase todos os dias. É uma característica minha, ficar pasmado. A toda a largura e altura das páginas centrais dessa espécie de jornal, uma série de fotos minusculas a ilustrar a qualidade da mercadoria. Estou a falar de mulheres e homens a oferecerem-se ou à procura das mais variadas formas de prazer sexual e outros. Demorei algum tempo a observar as fotos. Como não ando com os óculos e as fotos são muito pequeninas não vi o detalhe em pormenor mas afianço que se vêm muitos rabos e alguns peitos avantajados.
Entretanto os caças, julgo portugueses, sobrevoavam vezes sem conta a zona onde me encontrava. Estavam, julgo eu a patrulhar o espaço aéreo sobre o Papa não fosse alguma coisa extraordinária acontecer. Aqueles aviões fazem mesmo barulho não obstante serem pequenitos. Um tipo olha para cima e quase não os vê. É preciso cerrar os olhos contra luz e tentar adivinhar o trajecto que eles fazem através do som que eles produzem. É giro. Também passaram helicópteros, esses mais baixo e esses eu já os consegui visualizar mais facilmente. Eram verde camulfado para passarem despercebidos em contraste com o azul do céu.
A Maria lá apareceu carregada com os tais dez quilos ou mais de mochila e a mala. Ela agora já anda com uma malita. Não uma mala de senhora mas uma espécie de mala só que mais juvenil. Fica-lhe bem. É giro. Deixámos a mochila no carro e resolvemos ir de metro “ter com o Papa”. Entrámos na estação, comprámos os bilhetes e... o metro estava parado por causa do Papa. Não desistimos e fomos a pé. De Telheiras a São Sebastião. Fartámo-nos de conversar sobre uma data de coisas, tirámos fotos, conversámos mais e quando chegámos ao local onde estaría o Papa ele já se tinha ido embora para outro local. Ora bolas. Agora percebo porque é que ele tem sempre uns homens a segurá-lo e a fazer-lhe tudo. Deve ser para que ele não se canse tanto. Ele não pára, o desgraçado. E lê em português o que é formidável.
Bom. Não estava o Papa mas estava o tio João. E foi com ele que afinal fomos ter. Almoçámos os três, conversámos, tirámos umas fotos e lá voltámos para Telheiras mas desta vez de metro que já estava a funcionar outra vez. Gosto de passear com a minha filha, seja lá porque razão for e é muito giro poder ter esses momentos com ela. Se pudesse agredecería pessoalmente ao Papa o facto de nos ter proporcionado mais este momento. Como não posso directamente vai através de Deus que espero aceda ao meu pedido de lhe agradecer por mim. Talvez ele sinta um aperto nas costas. Será o meu abraço de agradecimento.
Beijinhos e essas coisas,
Zé!
ResponderEliminarAhahahahahahahahaahahahahhhahahhhahahhhahahah!
Que mais posso dizer?
Vai buscar!
;)